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Pitágoras só lembra do PT em época de eleição, quando precisa do apoio popular.

Pitágoras Oportunista

Atualmente, em Candeias, observa-se um comportamento político contraditório por parte de alguns filiados do Partido dos Trabalhadores (PT), especialmente aqueles que seguem alinhados ao grupo político de Pitágoras. Esses indivíduos utilizam o discurso de apoio ao presidente Lula como ferramenta de narrativa, mas, na prática, suas ações contrariam os princípios e projetos do partido, especialmente em relação à política local. Essa incoerência tem causado indignação entre os militantes históricos e eleitores que acreditam na coerência partidária.

Na última eleição municipal, essa postura ficou evidente. O diretório do PT lançou uma candidatura própria, que representava os valores históricos da legenda e apresentava propostas consistentes para a cidade. No entanto, alguns filiados que publicamente diziam “ser Lula” optaram por não apoiar a candidatura do partido, enfraquecendo o projeto e, de forma indireta, colaborando com grupos políticos que historicamente se colocaram contrários aos interesses do povo trabalhador e à política social defendida pelo PT.

Muitos desses filiados que romperam com o projeto do partido estavam — e continuam — diretamente ligados ao grupo político dos Pitágoras, grupo esse que detém cargos de confiança tanto na atual gestão municipal quanto na anterior. Trata-se de uma articulação que mistura conveniência, manutenção de poder e abandono ideológico. São alianças feitas em nome de cargos, benesses e estabilidade pessoal, enquanto os interesses coletivos da população de Candeias são deixados em segundo plano.

O mais grave é que essa movimentação política se traveste de lealdade ao projeto federal, utilizando o nome de Lula como escudo para esconder práticas locais que são, na verdade, contrárias ao que o presidente representa. Isso configura uma verdadeira apropriação indevida da imagem do PT e de sua liderança maior, com o único objetivo de manter influência e controle em uma gestão municipal que, claramente, não dialoga com o projeto progressista do governo federal.

O grupo político de Pitágoras, por sua vez, tem se utilizado do PT de forma oportunista. Sabe da força simbólica e popular que o partido representa, principalmente na periferia e entre os trabalhadores, e tenta se beneficiar dessa imagem para criar um falso elo com o governo Lula. No entanto, trata-se de uma relação meramente superficial e conveniente, sem qualquer alinhamento real com os valores petistas. Essa estratégia revela uma face vergonhosa da política de Candeias, onde a ideologia cede espaço à conveniência.

É importante destacar que o grupo de Pitágoras mantém alianças com o Progressistas (PP), partido comandado nacionalmente por Arthur Lira, um dos principais representantes do Centrão e notório adversário das pautas sociais e trabalhistas do governo federal. Como pode, então, um grupo que se alinha ao PP se dizer próximo de Lula? Essa contradição é gritante e evidencia o oportunismo político em sua forma mais explícita.

A aliança entre o grupo de Pitágoras e o Centrão, representado localmente por figuras que ocupam cargos de poder, reforça a tese de que o uso do PT na política de Candeias é apenas um pretexto. Não há compromisso com os valores históricos do partido, com suas bases ou com sua militância. Há, sim, uma instrumentalização do símbolo petista para fins pessoais e eleitorais, o que enfraquece a democracia e confunde o eleitorado.

Diante disso, a postura do diretório municipal do PT na última eleição foi correta ao lançar uma candidatura própria, mesmo diante da sabotagem interna. Foi uma atitude de coragem e coerência ideológica, ainda que tenha enfrentado resistência por parte de filiados que se comportaram como agentes duplos. Essa resistência interna precisa ser enfrentada com firmeza, inclusive com revisão de filiações e posições que contrariem os interesses do partido.

Por fim, é necessário um chamado à reflexão e ao resgate da ética partidária em Candeias. O PT precisa se reorganizar, valorizar sua militância fiel e enfrentar as contradições internas com transparência e coragem. Não é mais admissível que filiados se utilizem do partido como trampolim para projetos pessoais ou como moeda de troca com grupos que representam tudo aquilo que o PT historicamente combateu. Candeias merece uma política com princípios, e o PT tem o dever de liderar esse processo com clareza e integridade.

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