Candeias vive um paradoxo econômico nos últimos anos. Enquanto a Bahia registra avanços significativos no setor industrial, com novos empreendimentos sendo atraídos por diversas regiões do estado, o município permanece estagnado há pelo menos oito anos no que diz respeito à instalação de novas indústrias. Esse cenário é reflexo direto da falta de um projeto estratégico de desenvolvimento e da ausência de incentivos por parte da gestão municipal, comandada pelo grupo político dos Pitágoras.
O potencial de Candeias é inegável. A cidade possui localização privilegiada, estando próxima ao aeroporto internacional de Salvador e contando com o Porto de Aratu, uma estrutura estratégica para escoamento de produção. Mesmo com esses atrativos naturais e logísticos, o município não tem conseguido aproveitar essas vantagens para se tornar competitivo na atração de empresas e indústrias, que poderiam impulsionar sua economia e gerar empregos qualificados.
Ao contrário de municípios vizinhos que adotaram políticas de incentivo fiscal para atrair investimentos, Candeias seguiu na contramão. Nos últimos anos, a gestão municipal aumentou impostos importantes como o ISS (Imposto Sobre Serviços) e o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), tornando o ambiente de negócios menos atrativo. Essa política tributária afugenta investidores e demonstra falta de compromisso com o desenvolvimento econômico sustentável.
O aumento do ISS e do IPTU atinge diretamente a base produtiva da cidade e, de forma indireta, a população. Sem a presença de novas empresas gerando emprego e renda, a economia local se torna dependente do setor público e de atividades de baixa complexidade. Com isso, a arrecadação municipal até pode aumentar em curto prazo, mas a médio e longo prazo, perde-se a oportunidade de criar um ciclo virtuoso de crescimento com base na industrialização.
A ausência de novas indústrias e a política tributária desfavorável refletem diretamente no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município. A falta de oportunidades de trabalho qualificado compromete o desenvolvimento econômico e limita o acesso da população a melhores condições de vida, educação e saúde. O IDH de Candeias tem evoluído lentamente, e em muitos aspectos, retrocedido, por conta da estagnação econômica que se instalou nos últimos anos.
O desenvolvimento humano está diretamente ligado ao desenvolvimento econômico. Quando uma cidade atrai indústrias, ela amplia sua base de empregos, gera mais receita e pode investir melhor em infraestrutura, educação e saúde. Ao negligenciar esse caminho, Candeias compromete o futuro de sua população e aumenta a dependência de programas assistenciais, em vez de fortalecer sua base produtiva.
A postura da atual administração em não estimular a industrialização mostra uma visão míope de futuro. O desenvolvimento não se dá apenas com obras pontuais ou festas populares. É preciso ter um plano de longo prazo, com foco em atração de investimentos, formação de mão de obra e desburocratização. Infelizmente, o grupo dos Pitágoras tem priorizado estratégias políticas de manutenção de poder em vez de adotar políticas públicas de desenvolvimento.
Enquanto isso, outras cidades da Região Metropolitana de Salvador têm colhido frutos de políticas arrojadas e planejamento estratégico. Candeias, com sua posição geográfica privilegiada e estrutura logística favorável, poderia estar entre as cidades mais desenvolvidas do estado. No entanto, continua presa a uma política atrasada, voltada para interesses de grupos específicos e sem compromisso com o futuro coletivo.
A reversão desse quadro exige coragem política, revisão da política tributária e adoção de um plano de desenvolvimento industrial que valorize as potencialidades do município. Candeias precisa reencontrar seu rumo, colocando o crescimento econômico e o bem-estar da população como prioridades. É hora de romper com a estagnação e retomar o caminho do progresso, com planejamento, investimento e respeito ao povo trabalhador.
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