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Clientelismo e Contradição: a Justiça Ignorada em Candeias

 


Enquanto a prefeitura silencia diante de processo judicial, o ex-prefeito Pitágoras é indenizado com rapidez em tempo recorde

Enquanto o Município de Candeias deixa transcorrer prazos judiciais sem resposta, a administração municipal demonstra rapidez e eficiência apenas quando os interesses envolvem figuras políticas de prestígio local. Essa contradição ficou clara no processo nº 8*****82-43.2018.8.05.0044, no qual a prefeitura foi intimada desde o dia 17 de setembro de 2025, mas simplesmente deixou o prazo expirar sem qualquer manifestação.

O caso expõe uma realidade incômoda: a seletividade administrativa, onde o poder público age prontamente para proteger aliados, mas ignora direitos de servidores e cidadãos comuns. A diferença de tratamento escancara um desequilíbrio ético dentro da estrutura de poder municipal.

Recentemente, o atual prefeito de Candeias demonstrou agilidade exemplar para efetuar o pagamento de uma indenização ao ex-prefeito Pitágoras Ibiapina, seu padrinho político. A prioridade do gestor parece ser atender aos interesses do seu padrinho político, que agora almeja se lançar como deputado em 2026. Esse episódio é um retrato vergonhoso da má gestão e da inversão de valores que marcam a política local, onde o bem público é frequentemente colocado em segundo plano diante de acordos e conveniências pessoais. A operação foi realizada quase de imediato, sem contestação ou transparência, despertando indignação na sociedade civil de Candeias.

O episódio revela o clientelismo político ainda enraizado na gestão pública local. O que deveria ser uma administração voltada à coletividade, torna-se um instrumento de proteção e recompensa entre grupos de poder, enfraquecendo a credibilidade institucional.

Enquanto os aliados políticos são beneficiados com rapidez, os servidores municipais  especialmente da educação, saúde e infraestrutura  continuam enfrentando salários defasados, ausência de plano de carreira e desvalorização profissional. Essa desigualdade é o reflexo da falta de compromisso com a justiça social.

O processo judicial, mais do que um trâmite burocrático, simboliza a luta pela igualdade de direitos diante de um sistema que privilegia a influência política. A omissão da prefeitura em se manifestar representa uma afronta à cidadania e à moral administrativa.

Os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência deveriam nortear a gestão pública. Contudo, em Candeias, esses valores são negligenciados quando entram em conflito com interesses de aliados políticos.

O duplo padrão da atual administração eficiência para os apadrinhados e inércia para o povo  é uma marca preocupante. A cidade, que ostenta uma arrecadação bilionária, ainda sofre com falta de infraestrutura, escolas precárias e servidores desmotivados.

Esse comportamento não é apenas um erro político, mas um problema ético profundo. Demonstra o distanciamento da gestão municipal das reais necessidades da população e o uso do poder público como ferramenta de conveniência.

O clientelismo, infelizmente, tem sido uma prática comum em Candeias. Ele impede o avanço democrático, sufoca o mérito e mantém a cidade refém de acordos políticos que não dialogam com o bem coletivo.

Enquanto cidades vizinhas avançam em políticas públicas de desenvolvimento humano e valorização dos servidores, Candeias permanece estagnada, afundada em um modelo de gestão que prioriza a autoproteção de grupos dominantes.

O silêncio diante da Justiça e a rapidez em indenizações a figuras políticas expõem o desequilíbrio da máquina pública. Essa realidade precisa ser questionada e enfrentada com coragem pela sociedade candeense.

O cidadão tem o dever de cobrar transparência, exigir relatórios e fiscalizar cada ato da administração. A omissão só fortalece o poder dos que tratam o município como patrimônio pessoal.

O Ministério Público e os órgãos de controle precisam atuar de forma rigorosa para garantir que o erário público não seja usado como moeda política. O dinheiro do povo deve servir ao bem público, e não aos interesses de elites locais.

Candeias precisa romper com o ciclo do clientelismo, dentro da prefeitura de Caneias. É hora de construir uma gestão baseada na ética, transparência e valorização da coletividade, onde todos sejam tratados com igualdade e respeito. O futuro da cidade depende dessa mudança de consciência.


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