O Centrão é, hoje, o grupo político mais poderoso do Congresso Nacional, mas também o mais oportunista. Formado principalmente por partidos como PP, PL, MDB, PSD e Republicanos, não tem ideologia firme — seu único compromisso é com o poder e os privilégios.
Apesar de sua força no Congresso, o Centrão não representa a maioria da população brasileira. Seus líderes e representantes são, em grande parte, milionários, empresários e políticos com décadas de carreira, distantes da realidade do povo trabalhador.
O grupo funciona como uma oligarquia moderna, que usa o Estado para manter sua influência, controlar verbas, negociar cargos e garantir a perpetuação de seus membros em posições de comando.
O Centrão não atua com base em programas sólidos, mas sim com clientelismo, troca de favores e barganhas políticas. A ideologia, quando existe, é conservadora, elitista e profundamente marcada pela defesa de interesses particulares.
Na prática, é um bloco que se move conforme a conveniência. Quando Bolsonaro era presidente, foi sua base fiel. Agora, com Lula no poder, o Centrão já ocupa espaços no governo — não por afinidade, mas por oportunismo político.
É comum ver líderes do Centrão negociando apoio em troca de emendas, cargos e orçamento secreto, como ocorreu nos últimos anos. Essas práticas alimentam um sistema corrupto e ineficaz, que desvia recursos públicos e impede avanços sociais.
Esse grupo age para manter o status quo, impedindo reformas importantes como a taxação dos super-ricos, a redução de privilégios no funcionalismo de elite e a reforma política verdadeira, que cortaria seu poder.
Sua base eleitoral é mantida com assistencialismo eleitoreiro, distribuição de obras de fachada e manipulação de verbas parlamentares. O povo é lembrado apenas nas campanhas.
Outra marca do Centrão é o enriquecimento pessoal de seus integrantes. Muitos acumulam patrimônio milionário, têm empresas, fazendas e negócios paralelos que crescem junto com seus mandatos.
Eles travam pautas progressistas, como direitos das mulheres, das minorias e a proteção ambiental, porque seu compromisso é com setores conservadores e econômicos — especialmente o agronegócio, bancos e grandes grupos empresariais.
O Centrão atua como um sanguessuga institucional: suga o orçamento, enfraquece a democracia e sufoca a esperança de renovação política. Usa a estrutura pública para garantir vantagens privadas.
Muitos brasileiros nem conhecem seus deputados, mas o Centrão garante que eles sejam reeleitos com apoio de prefeitos, coronéis políticos e estruturas eleitorais corrompidas.
É por isso que, mesmo com crises e escândalos, o grupo continua forte. Seu objetivo não é governar — é manter influência, cargos, e o fluxo contínuo de dinheiro público controlado por poucos.
A atuação do Centrão não tem como foco o bem comum. Trata-se de um projeto de domínio do poder político e econômico, que sufoca qualquer tentativa de reforma estrutural no Brasil.
A forma como o Centrão impede mudanças é sutil e poderosa: alinha-se ao governo quando lhe convém, mas sabota silenciosamente qualquer proposta que ameace seus interesses.
O Congresso brasileiro, hoje, é sequestrado por esse grupo, que atua como uma verdadeira máfia institucionalizada, com rosto de democracia, mas práticas de tirania elitista.
Enfrentar o Centrão é urgente. Sem frear esse bloco político, o Brasil continuará preso a um sistema corrupto, desigual e dominado pelos interesses de poucos em detrimento da maioria.
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