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Método BOLSONARO enganar seus seguidores

 


 Jair Bolsonaro tem se mostrado um mestre na manipulação semântica para controlar a narrativa política entre seus seguidores. Ao invés de apresentar provas concretas ou propostas consistentes, ele utiliza palavras e frases de efeito para distorcer a realidade, simplificar assuntos complexos e desviar o foco de suas próprias contradições.

A técnica usada por Bolsonaro se baseia em redefinir conceitos e inverter significados, uma estratégia comum em regimes populistas. Quando diz que "não houve golpe", ele desconsidera provas, indícios e investigações em curso, apostando na repetição de frases curtas e impactantes que soam como verdades absolutas para seus apoiadores.

Ao mesmo tempo, Bolsonaro se apoia fortemente na demonização do PT e de figuras como Lula, usando palavras como "corrupção", "mensalão", "ladrão", como rótulos prontos. Isso é parte de uma guerra semântica onde não importa o conteúdo real, mas a associação automática com algo negativo.

Esse discurso é eficaz porque se ancora em emoções e medos, e não na lógica ou em dados concretos. Ele usa a semântica para blindar seus próprios escândalos: caso das rachadinhas, imóveis em dinheiro vivo, joias ilegais e até a tentativa de golpe são minimizados ou negados com o uso de expressões vagas como “narrativa da esquerda” ou “perseguição política”.Um dos pilares dessa manipulação é a criação de uma linguagem própria, onde "sistema" é inimigo, “patriota” é quem o apoia, e qualquer crítica é “comunismo”. Essa linguagem cria uma realidade paralela onde seus seguidores se sentem parte de uma missão moral, mesmo que ela contradiga os fatos.

A manipulação semântica também envolve descredibilizar instituições, como o STF, a imprensa e o Congresso, criando a ideia de que tudo é manipulado contra ele e seu grupo. Isso enfraquece o senso crítico dos seguidores, que passam a duvidar da realidade mesmo diante de provas.

Bolsonaro raramente responde diretamente a acusações. Em vez disso, ele responde com ataques — outra tática semântica — desviando o foco para Lula, o comunismo, ou alguma nova polêmica fabricada, o que reforça a lealdade emocional de seus apoiadores.

O mais grave é que esse jogo semântico faz com que crimes e abusos sejam tratados como "exageros da mídia" ou "interpretações erradas", enquanto o discurso contra os adversários é elevado ao nível de verdade absoluta. Isso mina a democracia e transforma seguidores em militantes cegos.

Em resumo, Bolsonaro não precisa provar que não houve golpe ou que ele é honesto. Ele apenas precisa fazer com que seus seguidores acreditem que tudo é uma guerra contra o “sistema”, contra “eles” e a favor do “povo”. E nessa guerra, a semântica é sua arma mais poderosa.


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