"Poucos brasileiros sabem que diversos direitos trabalhistas hoje considerados “naturais” foram conquistados após décadas de mobilização popular, especialmente por movimentos de esquerda Brasileira. Nada veio de graça ou por boa vontade de governantes".
O descanso semanal remunerado, incluindo o fim de semana, é uma dessas conquistas históricas. Foi fruto de luta de trabalhadores organizados no início do século XX, quando jornadas de 14 horas eram comuns.
Em 1917, o Brasil viveu a maior greve geral de sua história até então. Trabalhadores exigiam limites de jornada, melhores condições de trabalho e direitos básicos. Esse movimento mudou o país para sempre.
A pressão popular resultou na adoção da jornada diária de 8 horas, que começou a se espalhar nos anos seguintes e foi consolidada na Constituição de 1934.
A conquista das 48 horas semanais foi resultado direto da força política dos movimentos de esquerda da época, que pressionavam por dignidade e equilíbrio entre vida e trabalho.
Hoje, mais de um século depois, a disputa por melhores condições continua. A esquerda brasileira é responsável por pautar o debate sobre o fim da escala 6x1, tema sensível no mercado de trabalho atual.
Outras grandes conquistas históricas vieram dessa mesma matriz: o salário mínimo, que garantiu um patamar de sobrevivência; o direito às férias; o décimo terceiro salário; e a aposentadoria.
A licença-maternidade, o seguro-desemprego e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) também nasceram de lutas que tiveram forte presença de sindicatos e partidos trabalhistas.
No campo social, o Sistema Único de Saúde (SUS) tornou-se referência mundial por universalizar o acesso à saúde, sendo outra conquista impulsionada por movimentos progressistas.
A educação pública, gratuita e de massa também se consolidou graças à pressão popular por mais inclusão e mais oportunidades.
É importante reconhecer que direitos não são “doações” de governos; são resultados de conflitos, negociações e mobilizações intensas. Direitos são conquistados, não concedidos.
Um exemplo mais recente é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais, uma bandeira da esquerda econômica que impacta diretamente trabalhadores e famílias carentes.
A realidade local de Candeias contrasta com esse histórico de conquistas sociais. A cidade, administrada há uma década por grupos de direita, enfrenta desafios que parecem distantes de seu potencial econômico.
Mesmo com arrecadação de aproximadamente 1 bilhão de reais por ano, Candeias apresenta falhas graves em saúde, educação e infraestrutura urbana.
O arrocho salarial imposto aos servidores públicos demonstra a falta de uma política clara de valorização profissional, prejudicando a qualidade dos serviços prestados.
O município também deixou de pagar precatórios da educação, gerando insatisfação e aumentando o clima de desconfiança entre trabalhadores do setor.
A saúde pública enfrenta filas longas, mutirões improvisados e uma logística que não acompanha as necessidades de uma cidade que movimenta tanto dinheiro.
Na infraestrutura, diversos bairros sofrem com problemas crônicos que parecem não ter solução, apesar da capacidade financeira do município.
O IDH baixo revela que Candeias não está convertendo riqueza em qualidade de vida, um sinal claro de retrocesso social que contrasta com o discurso oficial de progresso.
Diante desse cenário, muitos moradores enxergam o projeto político atual como insuficiente, priorizando vaidade e poder em vez de desenvolvimento humano real.
A intenção do líder local em se candidatar a deputado é vista por parte da população como mais um passo em busca de prestígio pessoal, e não como compromisso com a transformação de Candeias.
Conclusão realista
Candeias é uma cidade rica, mas com indicadores pobres. Enquanto o Brasil evoluiu por meio de lutas sociais históricas — maioria encabeçada por movimentos progressistas — o município permanece preso a um modelo de gestão que não devolve à população o que arrecada. Sem planejamento, sem valorização dos servidores e sem foco na qualidade de vida, o futuro continuará sendo de estagnação. Para avançar, será necessário romper com a lógica do retrocesso e recolocar o cidadão no centro das prioridades públicas.
Fonte:https://candeiastemnoticias.online/direitos-conquistados-cidade-estagnada
