Servidores Públicos de Candeias em Alerta: O Clamor por Dignidade e Respeito
Os funcionários públicos do município de Candeias vivem um dos momentos mais tensos e revoltantes da história recente da cidade. O motivo é claro: o arrocho salarial imposto pela gestão do grupo político dos Pitágoras, que transformou o serviço público em um campo de desvalorização e descaso.
Mesmo sendo uma cidade bilionária em arrecadação, Candeias amarga um dos piores índices salariais para servidores municipais em toda a Bahia. Enquanto outras cidades vizinhas avançam na valorização do funcionalismo, aqui o retrocesso se tornou rotina.
O movimento dos servidores, que se intensifica no mês de outubro, é um grito legítimo de resistência. As categorias começam a se unir e sinalizam uma possível paralisação, cobrando respeito, diálogo e correção das distorções salariais acumuladas ao longo dos anos.
Uma das maiores polêmicas envolve o pagamento de precatórios da área da educação. Segundo denúncias, a gestão de Pitágoras teria utilizado recursos de forma questionável, desviando o foco do que realmente pertence aos professores — um direito garantido pela Constituição e resultado de anos de luta sindical.
O sentimento entre os servidores é de frustração e cansaço. Muitos relatam que não veem avanços concretos nas negociações e percebem a prefeitura mais preocupada em propaganda e autopromoção do que em resolver as demandas do funcionalismo.
A situação é agravada pelo enfraquecimento da economia local. O servidor público, que é o verdadeiro motor da circulação de renda em Candeias, está com o poder de compra cada vez menor, o que impacta diretamente o comércio e os pequenos empreendedores.
O contraste entre o discurso oficial e a realidade é evidente. Enquanto a administração tenta pintar um cenário de progresso e modernidade, a cidade enfrenta um profundo atraso em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) municipal segue em queda, refletindo uma gestão que não investe em políticas públicas consistentes. O resultado é a evasão populacional, com jovens e famílias migrando em busca de oportunidades que Candeias não oferece mais.
A evasão escolar é outro sintoma grave. A falta de estrutura nas escolas, o desânimo entre professores e o abandono das políticas educacionais revelam o quanto a cidade precisa urgentemente repensar seu modelo de gestão.
Dentro da Câmara de Vereadores, a situação também preocupa. Muitos parlamentares se mostram reféns da gestão municipal, preferindo o silêncio conivente às críticas necessárias. A base aliada se sustenta em acordos e clientelismo, e não em compromisso com o povo.
Essa relação de dependência entre Executivo e Legislativo cria um ciclo vicioso de impunidade e subserviência, onde as vozes dissonantes são abafadas e o debate público perde sua essência democrática.
O funcionalismo, cansado de promessas, começa a entender que só a união pode mudar esse cenário. As mobilizações e manifestações que surgem agora em outubro não são apenas sobre reajuste salarial, mas sobre dignidade, valorização e transparência na gestão pública.
Candeias precisa despertar. O futuro da cidade depende de uma administração que enxergue o servidor público como aliado no desenvolvimento, não como obstáculo. O movimento que se ergue nas ruas é o reflexo de uma sociedade cansada do descaso e disposta a lutar por respeito e justiça.
Nesse momento, os funcionários públicos do município de Candeias precisam estar unidos e fortes em defesa de seus direitos e da valorização de sua categoria. A união é a principal arma contra o arrocho salarial imposto por gestões que negligenciam o servidor, mesmo em uma cidade com grande arrecadação. Quando os trabalhadores do serviço público se levantam juntos, demonstram que são a base que sustenta o funcionamento da cidade da saúde à educação, da limpeza à segurança. A força coletiva é o caminho para conquistar respeito, reajuste digno e o reconhecimento que Candeias deve a seus servidores.
0 Comentários