A Câmara dos Deputados Federais deverá custar aos cofres públicos brasileiros cerca de R$ 15 bilhões em 2025. Esse montante é resultado de uma série de benefícios e regalias concedidos aos parlamentares, que vão muito além do salário mensal já elevado.
Cada deputado federal recebe um salário bruto de aproximadamente R\$ 46 mil por mês. Além disso, contam com um pacote de benefícios que escancara os privilégios dessa classe política que, em sua maioria, está distante da realidade da população.
Os parlamentares têm direito a um plano de celular com chamadas e internet ilimitadas, bancado pelo dinheiro público. O benefício é estendido inclusive a assessores, sem qualquer limite rigoroso de uso ou controle efetivo dos gastos.
Casas e apartamentos são disponibilizados nos endereços mais nobres de Brasília, além da possibilidade de receber auxílio-moradia caso optem por não utilizar os imóveis funcionais. É um privilégio em duplicidade, custeado com dinheiro do contribuinte.
O uso de combustível também é praticamente ilimitado. Cada parlamentar tem direito a cota mensal generosa para custear deslocamentos em seus estados e na capital federal, sem qualquer exigência de prestação de contas detalhada.
As refeições também entram na lista de regalias. Os deputados podem solicitar reembolsos por refeições feitas tanto no Brasil quanto no exterior, com valores que muitas vezes ultrapassam o bom senso, como o recente caso de um jantar reembolsado por R$ 27 mil.
No quesito transporte, o benefício é ainda mais exorbitante: passagens aéreas nacionais e internacionais estão disponíveis sem limite rígido, tanto para atividades parlamentares quanto para viagens que nem sempre têm relação direta com o mandato.
O plano de saúde vitalício é outro exemplo de privilégio. Mesmo após deixarem o cargo, os ex-deputados continuam com o direito ao benefício, e em caso de falecimento, o plano ainda é estendido ao cônjuge, como se fosse herança pública.
O custo do parlamento brasileiro equivale a 0,12% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, esse gasto é de apenas 0,04% do PIB. A comparação evidencia o descompasso entre o custo e o retorno institucional no Brasil.
Cada deputado tem à disposição uma equipe de assessores cujo custo médio gira em torno de R$ 133 mil por mês. Esse valor cobre salários, gratificações e encargos, compondo mais um dos muitos ralos de dinheiro público no Congresso Nacional.
Os deputados ainda contam com benefícios adicionais, como o 13º salário, férias remuneradas e auxílio-alimentação. Tudo isso, mesmo com um salário base que supera em muito o que a maioria da população brasileira recebe anualmente.
Recentemente, o atual presidente da Câmara, Hugo Motta, ampliou o número de deputados, criando um custo extra de R$ 165 milhões por ano. Enquanto isso, o discurso de contenção de gastos permanece vazio diante da prática contraditória.
A manutenção de tantos privilégios às custas do povo brasileiro revela uma máquina pública inflada e desigual. Cabe à sociedade pressionar por reformas sérias e mudanças estruturais, para que a política deixe de ser um reduto de privilégios e se torne, de fato, um espaço de representação pública e compromisso com o interesse coletivo.
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